por Luke Wayne
A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, ou aqueles que se autodenominam “Testemunhas de Jeová”, há muito insistem que as transfusões de sangue são contrárias aos mandamentos diretos das Escrituras sobre o sangue. Eles mantiveram um firme compromisso de que seu pessoal deveria recusar transfusões de sangue, mesmo que isso lhes custasse a vida (e para muitos isso foi exatamente o que aconteceu). Embora a organização tenha lutado exatamente com quais procedimentos da medicina moderna se enquadram e não se enquadram nessa violação, a premissa básica de que as transfusões de sangue são contrárias às Escrituras persiste desde o início do século XX até agora. O alegado argumento bíblico para isso também permaneceu praticamente o mesmo. A revista Watchtower de 1º de outubro de 2008 explicou:
“As Testemunhas de Jeová buscam os melhores cuidados médicos disponíveis para eles e seus familiares. No entanto, eles buscam um tratamento médico não-sangue. Por quê? Sua posição é baseada em uma lei fundamental que Deus deu à humanidade. Logo após o dilúvio dos dias de Noé, Deus deu Noé e sua família permissão para comer a carne de animais.Deus impôs esta restrição: Eles não deveriam consumir sangue (Gênesis 9:3, 4) Todos os humanos de todas as raças descendem de Noé, então esta lei é obrigatória para toda a humanidade, nunca foi revogada. Mais de oito séculos depois, Deus reafirmou essa lei à nação de Israel, explicando que o sangue é sagrado, representando a alma ou a própria vida ( Levítico 17:14).) Mais de 1.500 anos depois, os apóstolos cristãos ordenaram a todos os cristãos que “persistam em se abster. . . de sangue.”- Atos 15:29 . Para as Testemunhas de Jeová, é claramente impossível se abster de sangue enquanto o leva ao corpo em uma transfusão. Eles, portanto, insistem em tratamentos alternativos “.
Segundo a Torre de Vigia, Gênesis 9 estabeleceu uma lei que as pessoas não deviam comer sangue, uma lei que vincula toda a humanidade. Essa lei foi repetida e exposta na lei de Moisés (especialmente em Levítico 17) e afirmada como ainda vinculante para os crentes do Novo Testamento em Atos 15 . Argumenta-se então que colocar sangue nas veias não é diferente de comê-lo e, portanto, o cristão deve rejeitar todas as transfusões de sangue.
Levantamento dos textos bíblicos
Existem dois textos principais do Antigo Testamento que as publicações da Torre de Vigia citam:
Gênesis 9:3-7 : ‘Tudo o que vive e se move lhes servirá de alimento. Assim como lhes dei os vegetais, agora lhes dou todas as coisas. “Mas não comam carne com sangue, que é vida. A todo que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo. “Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque à imagem de Deus foi o homem criado. “Mas vocês, sejam férteis e multipliquem-se; espalhem-se pela terra e proliferem nela”.’
Levítico 17:10-14: “Todo israelita ou estrangeiro residente que comer sangue de qualquer animal eu me voltarei contra esse que comeu sangue, e o eliminarei do meio do seu povo. Pois a vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no altar; é o sangue que faz propiciação pela vida. Por isso digo aos israelitas: nenhum de vocês poderá comer sangue, nem também o estrangeiro residente. “Qualquer israelita ou estrangeiro residente que caçar um animal ou ave que se pode comer, derramará o sangue e o cobrirá com terra, porque a vida de toda carne é o seu sangue. Por isso eu disse aos israelitas: vocês não poderão comer o sangue de nenhum animal, porque a vida de toda carne é o seu sangue; todo aquele que o comer será eliminado.”
Além disso, existem muitas outras declarações na Lei e algumas nos profetas e livros históricos que reafirmam ou reforçam a existência e a importância desta lei que proíbe o consumo de um animal abatido sem antes drenar o sangue.
O Novo Testamento também menciona isso três vezes no livro de Atos, todos relacionados à decisão dos líderes cristãos em Jerusalém, que declararam que os gentios não precisavam ser circuncidados ou estar sujeitos à lei de Moisés. Eles então escreveram uma carta para as igrejas gentias dizendo o seguinte:
“Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências necessárias:Abster-se de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual.” ( Atos 15: 28-29) .
No contexto, a ordem de abster-se de sangue e coisas estranhas (isto é, coisas mortas sem drenar o sangue) remonta à mesma ideia: não coma carne de animal sem drenar o sangue da carcaça. Os cristãos debateram durante toda a história da igreja se todos esses mandamentos em Atos deveriam ser universalmente vinculativos ou se alguns eram concessões temporárias em prol da unidade entre judeus e gentios nas igrejas. Por uma questão de argumentação, assumiremos por um momento que esses mandamentos se aplicam plenamente a todos os crentes hoje em dia e que os cristãos não devem comer carne sem antes drenar o sangue. Mesmo se for esse o caso, ter alguma relação com transfusões de sangue médicas doadas por seres humanos vivos não prejudica a si próprio? Essa é a pergunta sobre a qual toda a posição da Torre de Vigia está pendurada.
Transfusões são equivalentes a comer sangue?
Toda a posição das Testemunhas de Jeová depende da afirmação de que as transfusões de sangue são apenas outra forma de comer sangue. Eles afirmam diretamente que você ainda está se sustentando colocando o sangue de outra coisa viva em seu corpo. O fato de você não estar fazendo isso através do sistema digestivo é uma mera briga semântica. Quando alguém não pode comer devido a doença ou lesão, nós os alimentamos por via intravenosa. Então, como isso é realmente diferente? Eles reforçam isso com analogias como a de um homem cujo médico diz para ele se abster de álcool. Seria bom para o homem parar de beber, mas injetar álcool diretamente nas veias? Dessa maneira, eles tentam mostrar que, por trás das diferenças aparentes, comer sangue e receber uma transfusão de sangue são de fato variações da mesma coisa.
Medicamente, esse não é o caso. Se você come sangue, decompõe-o em nutrientes que seu corpo usa. O que faz com que sua própria corrente sanguínea não seja sangue. Foi completamente quebrado como qualquer outro alimento. Isso é o que comer algo é. O próprio Jesus fala de comer em Marcos 7:19 especificamente e necessariamente como o que entra no estômago e é eliminado. Uma transfusão é bem diferente. O sangue permanece sangue. Não te nutre. Faz o que seu sangue faz. Ele transporta oxigênio que seu corpo recebe de seus pulmões e nutrientes que seu corpo recebe de alimentos e os leva por todo o corpo, mas o sangue não fornece nada de si mesmo. Dessa forma, é diferente mesmo da “alimentação” por meio de um IV, que coloca nutrientes simples diretamente no sangue para serem transportados e usados. Observe que mesmo esse tipo de “alimentação” não é realmente comida, mas substitui o que a comida normalmente forneceria para você. Você não pode liquefazer frango, espinafre ou cenoura e injetá-los em suas veias. Isso mataria você. O alimento precisa ser digerido. Isso é o que significa comer. A “alimentação” intravenosa não é realmente a alimentação, mas um substituto temporário para a alimentação. Quanto menos, então, uma transfusão de sangue pode ser considerada como uma refeição, que nem sequer substitui a alimentação! Por todas essas razões, clinicamente falando, comer sangue e transfundir sangue não são remotamente a mesma coisa.
Eles não são a mesma coisa por intenção também. O alcoólatra no exemplo das Testemunhas de Jeová, que tenta contornar as ordens de seu médico injetando álcool em suas veias, está tentando realizar a mesma coisa que beber álcool. O paciente que recebe uma transfusão de sangue, no entanto, não está buscando uma refeição. Ele não está satisfazendo sua fome. A situação é completamente diferente. Sim, você poderia dizer de maneira geral que ambos estão usando sangue para sustentar seu corpo, mas isso é muito vago para ser significativo. Se eu for a um médico para cirurgia, as mãos dele literalmente entrarão no meu corpo para me curar de alguma doença. Estou usando o médico para sustentar meu corpo. Isso, no entanto, não torna a cirurgia o mesmo que canibalismo. Eu não comi as mãos do médico, mesmo que as mãos dele entrassem no meu corpo para me sustentar.
Finalmente, e talvez o mais importante, as Escrituras enraizam o mandamento na sacralidade da vida, não na sacralidade do sangue por si só. Gênesis 9 permite que o sangue dos animais seja derramado, mas não devemos comê-lo. Só podemos comer a carne. O sangue humano, no entanto, não deve ser derramado, tudo isso porque a vida está no sangue. Agora, voltemos novamente à ideia da cirurgia. Se um médico abre um homem, fazendo com que ele sangre, mas o faz por verdadeira necessidade de salvar sua vida, isso é uma violação de Gênesis 9? É isso que significa pecar derramando o sangue de um homem? Claro que não! A questão aqui tem a ver com violência e matança. Se eu abater um animal para comê-lo, pode-se argumentar que o comando ainda está em vigor, dizendo que não devo comer seu sangue. Esse comando, no entanto, certamente não está dizendo que não posso dar livremente um pouco do meu próprio sangue, sem causar danos ou injurias a mim mesmo, para salvar a vida de outro homem. Nenhuma vida sofre violência, mas uma vida é salva sem prejudicar a outra. Se estivéssemos matando homens e drenando seu sangue para salvar outros, isso seria outra questão, mas o processo de alguns homens vivos doarem livremente sangue de sua própria vida para que outros homens possam permanecer vivos não equivale a violência, massacre ou violência. profanação da vida. Na verdade, sustenta a santidade da vida e honra o grande valor da pessoa que está morrendo, feita à imagem de Deus.
Conclusão
É uma coisa nobre estar disposto a morrer ao invés de fazer o mal; no entanto, é algo trágico quando um falso ensino e deturpação das Escrituras faz com que vidas sejam desnecessariamente perdidas. Infelizmente, esse é o caso da doutrina das Testemunhas de Jeová sobre transfusões de sangue. As escrituras, para não mencionar a ciência médica e o bom senso, nos ensinam que comer sangue e receber uma transfusão de sangue não são praticamente ou moralmente equivalentes; eles são, de fato, opostos. É uma coisa pesada considerar como aqueles que promoveram esse falso ensinamento terão que prestar contas perante um Deus santo das vidas que desnecessariamente custaram se eles não se arrependerem.
Artigo traduzido e modificado. Para acessar o artigo original e sem modificações é só seguir o link: http://carm.org/are-blood-transfusions-sinful
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